Sunday, December 11, 2005

 

Mundial 2006 - Grupos

Foram sorteadas as equipas para a fase de grupos da maior competição futebolística do planeta. Aqui fica a minha análise a cada grupo:


GRUPO A: ALEMANHA, COSTA RICA, POLÓNIA, ECUADOR

A selecção anfitriã do torneio tem pela frente um grupo acessível até certo ponto. A Costa Rica pratica um futebol bem apoiado e com uma boa dose de técnica, sendo assim neste aspecto, bem parecida com a selecção do Ecuador. A Polónia poderá dificultar muito a tarefa à Alemanha, visto o confronto com a mesma ter um simbolismo histórico muito forte. Alemanha e Polónia serão quanto a mim as selecções apuradas.

GRUPO B: INGLATERRA, PARAGUAI, TRINIDAD E TOBAGO, SUÉCIA

A Inglaterra já nos habituou muitas vezes a exibições decepcionantes, pelo que se a mesma não se apresentar a um bom nível no Mundial, Paraguai e Suécia tomarão conta dos lugares de acesso, isto porque são selecções que nos têm habituado a não falhar nos momentos decisivos, ainda que não costumem ir muito longe neste tipo de competições. Zlatan Ibrahimovic poderá tornar-se numa das figuras deste grupo e do torneio.

GRUPO C: ARGENTINA, COSTA DO MARFIM, SÉRVIA E MONTENEGRO, HOLANDA

Provavelmente o grupo mais forte deste Mundial. Argentina é bi-campeã mundial, a Holanda já esteve em 2 finais, uma delas contra a Argentina em 1978 e a Sérvia e Montenegro é sempre uma selecção a ter em conta, fruto da herança futebolística jugoslava que transporta. Ah, e engane-se quem pense que a Costa do Marfim será o bombo da festa, pois quem tem jogadores como Drogba, Dindane ou Toure pode ir muito longe. As minhas apostas para o apuramento recaem na Argentina e na Holanda.

GRUPO D: MÉXICO, IRÃO, ANGOLA, PORTUGAL

México e Portugal deverão ser os apurados para a próxima fase visto possuírem uma maior experiência internacional e entre as suas fileiras encontrarem-se alguns dos melhores jogadores mundiais (Marquez, Borgetti, C.Ronaldo, R. Carvalho, etc). Porém, Irão e Angola não facilitarão em nada a tarefa. Do Irão desconfio muito, visto possuírem grandes jogadores no exigente campeonato alemão como Mahdavikia ou Karimi; de Angola, como não têm nada a perder, poderão provocar alguma surpresa sob os pés de Mantorras, Mendonça ou o velhinho Akwá.

GRUPO E: ITÁLIA, GANA, EUA, REPÚBLICA CHECA

Num grupo equilibrado, a Itália e a Rep. Checa surgem como principais candidatos ao apuramento devido não só à mais valia dos seus jogadores como também ao seu magnífico passado, no entanto os EUA quererão sempre mostrar a inovação que tem percorrido o seu futebol, cotando-se hoje como uma selecção bastante forte e bem coordenada. O Gana, tal como as outras equipas africanas apuradas, promete ser uma surpresa.

GRUPO F: BRASIL, CROÁCIA, AUSTRÁLIA, JAPÃO

Qualquer coisa que não seja a qualificação do Brasil para a próxima fase será um choque para quem vive o futebol. Assim, e se a lógica correr bem, Brasil será um dos apurados, mas entre as outras selecções - todas a um nível muito semelhante - a batalha será árdua. Se tiver que dar um palpite, talvez aposte na Croácia, no entanto a decisão do apuramento só se saberá ao último instante do último jogo.

GRUPO G: FRANÇA, COREIA DO SUL, TOGO, SUIÇA

A França deverá apurar-se, mas esta equipa dos "bleus" não vale nem metade da França campeã do mundo em 1998. É verdade que tem Henry, Trezeguet e ainda Zidane, mas duvido que num futuro próximo os franceses atinjam um título mundial. A Coreia do Sul não deverá ir muito longe (a não ser que seja ajudada pelos árbitros), por isso acredito que a Suiça se qualifique. Para além de se apresentarem como uma equipa muito compacta, começam a surgir algumas individualidades nos Alpes. O Togo será bombo da festa ou surpresa.

GRUPO H: ESPANHA, TUNÍSIA, ARÁBIA SAUDITA, UCRÂNIA

Após tantas promessas que serão campeões da Europa e/ou do Mundo, eu já não consigo acreditar no colectivo espanhol.
Com uma dificuldade tremenda para se qualificarem para o Mundial, os espanhóis terão que mudar muito - para melhor - se quiserem qualificar-se, dado que Ucrânia e Tunísia quererão ir longe neste mundial, fruto das suas compactas e bem estruturadas equipas. Aposto na Ucrânia como vencedora do grupo e lá mais para a frente, se Sheva começar a carburar, aí poderão ser um caso muito sério.

Thursday, December 08, 2005

 

Despedida

Da última conferência de imprensa de Vanderlei Luxemburgo como treinador do Real Madrid, podem-se retirar algumas preciosidades como as seguintes:

"En primer lugar, quiero agradecer al Real Madrid la oportunidad que me brindó de entrenar en Europa. En absoluto me arrepiento de haber aceptado este reto y después de conocer el club, a la afición y a la ciudad de Madrid. Estoy alegre de haber tenido esta ocasión. He aprendido mucho aquí en todos los aspectos y esta experiencia es muy importante."

"Cuando llegué al Real Madrid traía conmigo un proyecto. Pensaba que en Europa se respetaban más los proyectos y que no dependían de un resultado. Nunca imaginé que perder un clásico pudiera crear tanta inestabilidad en una entidad de la importancia del Real Madrid, ni que cada noventa minutos se pusiera en entredicho el cargo de entrenador de este club."

O Real Madrid encontra-se actualmente em 4º lugar da Liga Espanhola, a 6 pontos do primeiro classificado, o Barcelona. Com Luxemburgo no comando, o Real Madrid não alcançou qualquer título, embora tenha a atenuante de ter entrado no clube a meio da época. O actual 4º lugar, associado às fracas exibições da equipa, assim como o sofrido 2º lugar no grupo F da Liga dos Campeões, acabou por tornar insustentável a situação de Luxemburgo.
Nos países latinos a vibração pelo futebol não se mede no final da época, mas sim jogo-a-jogo e foi isso que Luxemburgo não entendeu desde que chegou. Se tivesse ido para Inglaterra, onde os treinadores são analisados ao final da época e em alguns casos ao final de muitas épocas, Luxemburgo talvez tivesse razão quando diz que acabaria a época com pelo menos um título. No contexto sul-europeu as coisas não funcionam assim, e apesar de um grande curriculum, nem Luxemburgo escapou à ira dos adeptos latinos, ansiosos por resultados aliados a futebol bem jogado.

 

Fez-se (boa) História


SL Benfica
2 - 1 Manchester United

E após quase um mês de ausência, o Chuto nos queixos volta à actividade. E logo após uma grande noite europeia no Estádio da Luz. Quase quarenta anos, o Benfica voltou a defrontar o Manchester United. Mas desta vez, com um resultado positivo. 2-1 foi o resultado final, e ainda que muito sofrido, acabou por resultar na qualificação para os Oitavos-de-Final da Liga dos Campeões. O Man Utd acabou por ficar fora das competições, já que o Lille ficou à sua frente, no 3º lugar - o de acesso à taça Uefa. Impressionante como o Lille, com apenas 1 golo marcado em 6 jogos (!) consegue ficar à frente do Manchester.
Quanto à exibição dos jogadores na partida de ontem, aqui fica a minha análise:


BENFICA

Quim - 6- Esteve globalmente bem, fez uma boa defesa a remate de Scholes e nada podia fazer no golo do mesmo jogador. Não esteve propriamente brilhante nos cruzamentos.
Alcides - 7 - Esteve bem a cortar as iniciativas adversárias pelo seu lado e ainda deu uma ajuda preciosa no jogo aéreo.
Luisão - 8 - Muito bem a limpar a sua zona de acção, levou quase sempre a melhor sobre os avançados do Man Utd.
Anderson - 9 - Exibição portentosa! Cortou passes, saiu a jogar, antecipou-se no chão e no ar e ainda tentou a sua sorte no ataque. Fantástico
Leo - 5 - No golo do Man Utd a culpa é sua. Anderson foi tentar cortar a bola ao jogador que centrou - tarefa que era de Leo - ao que Leo tentou fazer a dobra, mas deixou a bola passar à sua frente para conclusão fácil de Scholes. Atacou mal e perdeu muitas bolas.
Beto - 7 - Correu muito, ainda que de forma não muito eficaz e marcou o golo da vitória num remate de ressaca e de pronto (algo que nunca o tinha visto fazer)
Petit - 8 - Grande trabalhador a meio-campo, recuperou inúmeras bolas e travou o ataque central do adversário.
Nélson - 8 - Cruzou para o primeiro golo e trocou as voltas a O'Shea por diversas vezes graças à sua velocidade. As diagonais foram também bem efectuadas.
Nuno Assis - 6 - Não esteve bem no pautar do jogo de ataque e perdeu muitas bolas a meio-campo. Ainda que tenha feito alguns bons passes, esteve apagado.
Nuno Gomes - 7 - De grande utilidade. Deu muito trabalho a Rio Ferdinand e Silvestre, na sua batalha solitária contra os dois.
Geovanni - 8 - Eficaz. Não falhou quando foi preciso e criou muito perigo. Exibição de bom nível.
Suplentes:
João Pereira - 2 - Teve uma oportunidade flagrante e falhou de forma infantil e irritante.
Mantorras - 2 - Quando se tem 4 linhas de passe e opta-se por ir para cima do defesa e perder a bola, isso não é lá muito inteligente. Invisível.
Ricardo Rocha - 1 - Queimou tempo.


MANCHESTER UNITED

Van der Sar - 5 - Não teve culpa nos golos e ainda fechou a baliza quando foi necessário. Noite inglória para o veterano holandês.
Gary Neville - 7 - Esteve na origem do golo de Scholes e não foi pelo lado direito da defesa que o Man Utd perdeu o jogo.
Rio Ferdinand - 5 - Não revelou a habitual segurança que nos acostumou, mas mesmo assim não concedeu espaços a Nuno Gomes.
Silvestre - 4 - Muito inseguro, não compensou os ataques dos seus companheiros e pouco fez para tranquilizar o sector defensivo inglês.
O'Shea - 4 - Passado vezes sem conta pela velocidade de Nélson, não teve rins nem arte para o parar. Foi por aquele lado que o Man Utd começou e acabou por perder o jogo.
C. Ronaldo - 3 - Maltratado pelos adeptos benfiquistas, nada fez para mudar o rumo aos acontecimentos. Esteve bem apenas por uma vez, num cruzamento e teria ganhado mais se tivesse sido eficaz em vez de malabarista.
A. Smith - 5 - trabalhou muito a meio-campo, mas perdeu a maior parte dos duelos com os médios encarnados
Scholes - 7 - Marcou o golo da esperança inglesa, recuperou muitas bolas a meio-campo e tentou pautar o jogo pelo meio, sem sucesso. Valeu pela sua capacidade de sacrifício.
Giggs - 5 - Alheio ao jogo, não fez nada digno de reparo, notando-se assim o peso da idade.
v. Nistelrooij - 5 - Criou complicações à defesa encarnada, mas não efectuou nada digno de registo.
Rooney - 6 - Como Scholes, muito esforçado. Correu muito, reclamou muito com os companheiros (e árbitro também), mas notou que estava sozinho naquela luta e assim, acabou por virar costas ao jogo.
Suplentes:
Saha - 4 - Lutou mais que Giggs e só por isso, valeu a pena a sua entrada.
Park - 3 - Não acrescentou nada ao que Ronaldo vinha a fazer, mas pelo menos evitou que este tenha sido expulso.
Richardson - 1 - Tocou na bola?

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