Wednesday, April 19, 2006

 
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E o cinismo italiano falhou. Finalmente!

Num jogo muito táctico (como era esperado), a diferença aconteceu em pequenos pormenores, sendo a eficácia sempre o mais importante. Gilardino que o diga: atirou uma bola ao poste e ainda falhou outra clamorosa ocasião. Entretanto, Kaká abria espaços entre uma defesa sólida, na qual se destacava o regressado Márquez - jogador notável e um sério entrave às aspirações portuguesas no Mundial. No lado oposto, Van Bommel mostrava toda a sua clarividência no meio-campo, enquanto Iniesta mostrava a fúria e a garra espanhola, levando a equipa para a frente vezes sem conta. E nem jogou Deco! Que equipa, este Barça! Viu-se também neste jogo que o Milan em casa jogou bem pior que o Benfica na Luz face ao mesmo Barça. Será esta mais uma prova da qualidade do nosso futebol que muitos teimam em não reconhecer?

E porque o futebol é feito de golos, lá Ronaldinho, sempre ele, lembrou-se de inventar um passe mágico, isolando o veloz Giuly que fuzilou Dida num remate de belo efeito. Não vi à primeira, mas o meu pai disse que Dida pareceu mal batido. Na repetição também me deu essa ideia, e isto porque já que se fala tão bem destes guarda-redes, então também se lhes devem pedir melhores manchas a jogadas que deveriam adivinhar a conclusão. Isto também porque irrita-me tanto debate em torno de Ricardo quando me dá a ideia que é dos melhores a mundo a fazer as ditas manchas aos avançados. Porque Dida joga num grande europeu é melhor que Ricardo, Moretto ou Hélton? Mais uma vez, deixemos de ser tão mesquinhos com o nosso futebol e saibamos ver que a qualidade não está só nos outros.

E pronto, Barcelona com uma vantagem confortável e Milan à beira do precípicio. Os espanhóis querem um Barça - Villarreal na final, mas eu aposto no Arsenal. A ver vamos.

Sunday, April 16, 2006

 

Selecção Nacional

Análise 2: Ataque

Esta segunda análise à selecção portuguesa invoca um sector do campo em que a selecção portuguesa tem revelado diversos problemas e falta de soluções: a linha avançada. Comparativamente ao meio-campo, nota-se um descréscimo de qualidade dos interprétes no ataque, onde os jogadores lutam nas suas respectivas equipas apenas por objectivos domésticos. Falta pois, um avançado de nível europeu a Portugal, alguém que seja cobiçado pelos seus dotes de goleador. Desde Fernando Gomes que Portugal não possui um ponta-de-lança referência, trocando-se isso por diversos jogadores que sempre foram vistos como avançados e não como pontas-de-lança. É aqui que reside o problema crónico da selecção nacional.

Passemos agora à análise individual, começando por Pauleta: o açoriano tem-se mostrado um goleador nato, com um sentido de baliza invulgar e com um grande instinto "matador", contudo não é um grande avançado. Isto porque é tremendamente irregular nos grandes confrontos, alheando-se desses jogos para depois surgir em grande nível nos jogos contra adversários teoricamente mais fáceis. Um dos grandes jogos que Pauleta fez por Portugal foi contra a Holanda em Eindhoven, porém isso já aconteceu há mais de 4 anos. No Mundial de 2002, Pauleta esteve em grande no jogo contra a Polónia, mas aposto que os portugueses trocariam hoje de bom grado esses 3 golos num só jogo por 1 golo em cada jogo da fase de grupos. Esta irregularidade nos grandes confrontos entra em conflito com outro avançado: Nuno Gomes. O jogador benfiquista, ao contrário de Pauleta, mostra-se mais nos grandes jogos, enquanto que nos mais acessíveis e em que se poderia mostrar mais, desaparece misteriosamente. A seu favor tem o facto de saber jogar muito bem com outro avançado, mas por outro lado, essa é também a sua principal lacuna, pois se não tiver ninguém a jogar ao seu lado, torna-se inoperante. Assim, no esquema da selecção nacional em 4-2-3-1, Nuno Gomes dificilmente cabe.

Quanto às outras opções, Postiga, Almeida e Vaz Tê são jogadores ainda em crescimento, que vão realizando a sua época com altos e baixos, mas como é fácil de observar, se houvesse um manancial de avançados como possui o Brasil, estes jogadores não eram sequer pensados como opções. Aqui se percebe melhor o nosso problema atacante.

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Claro que nem tudo é negativo nesta gritante falta de avançados, pois poucas selecções podem-se dar ao luxo de possuir extremos como os portugueses. Estes extremos possuem uma cultura táctica que os incentiva a jogar muito perto do avançado, talvez devido à pouca eficiência deste. Isto torna jogadores como C. Ronaldo, Figo ou Boa Morte em activos muito cobiçados, exactamente devido à forte finalização que precisam de ter devido à pouca produtividade dos avançados portugueses.

Num último aspecto, é interessante de comparar os avançados portugueses com os melhores marcadores das melhores ligar europeias. Pauleta até está relativamente perto de Henry, Toni e Eto'o, contudo a eficiência destes à boca da baliza é algo de incrível, o que lhes permite facturar golos com uma regularidade abismal (de quase um golo por jogo).


Wednesday, April 05, 2006

 

O verdadeiro 10

Talvez muitos achem estranho não assinalar Ronaldinho como o melhor número 10 da actualidade. Talvez muitos não considerem Riquelme um jogador de grande nível por encontrar-se num clube que luta pelos lugares europeus no seu campeonato. Pois bem, eu não acho isso. Considero Riquelme como o melhor número 10 da actualidade, não de camisola, mas sim da posição que ocupa em campo.

Contrariamente a Ronaldinho, Riquelme joga exactamente pelo meio do terreno, abrindo linhas de passes para os avançados e driblando quando estas se encontram cobertas. Ronaldinho, por se encontrar a jogar descaído para o lado esquerdo, tem maior apoio atacante devido à subida do lateral, algo que Riquelme, por jogar mais no centro, não possui. Isto na teoria, pois na prática e devido à sua qualidade de passe, Riquelme faz uso dessas subidas dos laterais, calibrando o passe de maneira estupenda e conseguindo desmarcações espectaculares para as alas.
Aliado a isto, Riquelme possui uma técnica vistosa e extremamente prática, assim como um remate de grande qualidade e um excepcional rendimento nas bolas paradas.

Se chegar em alto nível de forma ao Mundial, certamente que a Argentina se poderá afirmar como uma das grandes favoritas à conquista do troféu, mas caso tenha alguma quebra de rendimento ou alguma lesão, decerto a selecção albiceleste sentirá a sua falta. Apesar de todos os pibes que abundam na Argentina, Riquelme é de longe o mais dotado e o melhor adaptado à realidade do futebol continental.

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Juan Román Riquelme

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